A falta de aposta nos talentos portugueses e a vontade de vencer no Atlético Madrid
Pizzi nunca viu o empréstimo ao Deportivo como um passo atrás na carreira. Depois de uma temporada intermitente no Atlético Madrid, o avançado português seguiu para a Corunha, onde encontrou uma equipa de objetivos mais modestos mas que lhe permite explanar o seu futebol. E o português está a gostar.
«A nível pessoal o balanço é positivo, mas claro que não totalmente por causa desta situação difícil da equipa no campeonato. Mas estou a afirmar-me num grande campeonato, tenho tido os minutos que queria e sinto que estou a evoluir», começa por dizer, em conversa com o Maisfutebol.
Os números corroboram o discurso. Já fez 24 jogos, quase sempre como titular, entre campeonato e Taça. Marcou oito golos, alguns de belo efeito. Até onde vai, então, Pizzi?
«O próximo grande desafio da minha carreira é afirmar-me no Atlético de Madrid, que é o clube com o qual tenho contrato. Quero muito dar esse passo na minha afirmação como jogador. É lá que quero estar para o ano, mas para já tenho a cabeça no Deportivo para tentarmos garantir a manutenção», assegura.
E voltar a Portugal, pode acontecer? «Se surgir uma oportunidade boa, é claro que gostava de voltar», responde.
De facto, o talento de Pizzi talvez nunca tenha sido verdadeiramente apreciado em Portugal. Despontou no Sp. Covilhã, cresceu no Paços de Ferreira e quando parecia que ia explodir em Braga mudou-se para o país vizinho.
Andarão os grandes desatentos? Pizzi frisa que já jogou num «grande clube» português, como é o Sp. Braga, mas comenta o tema.
«Os jovens portugueses não têm a mesma facilidade de entrar nos grandes clubes em Portugal. Não há a aposta que deveria haver nos talentos portugueses. Acabamos por nos ver na quase na obrigação de emigrar se queremos jogar ao mais alto nível. Se fosse estrangeiro se calhar era mais fácil», acrescenta.
Mas mesmo longe do país há algumas alturas em que espera poder regressar: os jogos da seleção nacional. «É o objetivo de todos os jogadores portugueses», lembra.
«Quero muito tornar-me um indiscutível para o mister Paulo Bento e vou trabalhar para isso, porque com esse esforço também ajudo o Deportivo», sublinhou. E já com o calor do Brasil no pensamento: «Estar no Mundial 2014 é um dos meus sonhos. Sei que tenho de trabalhar muito para isso, mas estou cá para isso.»
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